Devemos matar.
Nosso mantra, nosso mandamento, nosso dever de lembrar o imortal da mortalidade.
Ensiná-los que o repouso eterno pode estar distante, mas não perdido.
A trilogia Scythe acabou, mas isso não quer dizer que todas as histórias da era pós-mortal foram contadas. Em 'As Foices', Neal Shusterman, em coautoria com seis autores, surge com treze contos inéditos desse universo. E eu não poderia ter ficado mais feliz.
Não é novidade que eu sou uma grande fã dessa história, que eu amo absolutamente tudo relacionado a ela e que eu indico a trilogia para toda e qualquer pessoa, mas 'As Foices' foi um livro que me surpreendeu. Ler esses contos foi como voltar para casa depois de uma longa viagem, foi como reencontrar-se com pessoas amadas que você não via há tempos, foi emocionar-se ao descobrir que aquela história que você conhece tão bem ainda tem muito para te ensinar.
Neal nos presenteia com narrativas sobre nossos personagens preferidos - como a maravilhosa Ceifadora Curie, o amado Ceifador Faraday e, claro, os protagonistas Ceifadores Anastasia e Lúcifer -, nos apresenta um novo ângulo sobre vilões que desprezávamos - a origem do Ceifador Goddard é um dos melhores contos dessa obra -, provoca risadas e espanto com as situações inusitadas dessa realidade por ele criada e emociona bastante os fãs da sua obra.
Enquanto tudo isso acontece, ela assiste tudo - compartilhando conosco suas sempre afiadas opiniões. Nimbo-Cúmulo, eu senti muito sua falta!
E, como se tudo isso não fosse suficiente, o autor ainda nos deixa com uma pulga atrás da orelha e uma sensação de "e se?" ao aparecer com plot twists para situações que acreditávamos terem sido completamente resolvidas pela trilogia.
Neal Shusterman, se você decidir escrever mais vinte livros dessa distopia, eu estarei aqui prontíssima para lê-los. Você é fenomenal. Espero que As Foices não tenha sido o fim.
Pois somos os ceifadores.
Nada vai mudar esse fato.
E, quando for sua hora de sangrar, você saberá e você aprenderá.
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